quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Tudo o que eu quero..

Quando não se tem mais nada a perder, há só o que ganhar. E a falta? Ela representa a perda. Ou seria o ganho? A ausência é coisa pra idealizadores, visionários e otimistas. Porque, as perspectivas são à longo, imenso e gritante prazo, e a falta, na ausência, só é vista e sentida muito depois, quando a pessoa ou objeto de admiração, situação ou casualidade está a milênios, metros, milhas e jardas de distância. E hoje, penso no que quero, e o que desejo se confunde com aquilo que vislumbro. Ficar na moita, só e em silêncio faz abrir a mente e o coração, e escutar batida por batida, cada neurônio dizer o que realmente almeja. Eu quero ouvir umas boas músicas anos oitenta, me imaginar nessa época inconsequente e frenetizada. Eu quero olhar a lua, dia após dia, e acompanhar suas mudanças, nuances e a sua delicadeza. Eu quero que a minha bipolaridade se amenize, que seus efeitos não sejam tão radicais, e cortantes. Eu quero a minha insônia livre, distante, e repassada à frente! Eu quero casar de véu, grinalda e vestido branco, numa igreja pequenininha, mesmo que não agora. Eu quero que a falta de humildade das pessoas que ostentam o luxo e a riqueza dê um tapa de luva de pelica, na cara dos próprios. Eu quero uma massagem nos pés, e massager as mãos, costas e pescoço de alguém, só para emilinar de vez toda essa minha força e raiva, essa repressão sentimental que acometo comigo mesma. Eu quero ver o mar e sentir a areia, deixar o sol penetrar na minha pele, e bronzear.  Eu quero a sincronicidade dos relacionamentos, umas pistas do destino e ver tudo às claras, tudo às boas. . Eu quero a cura da minha instabilidade emocional, e descer às vezes, quando necessário dessa minha montanha russa que intitulo, vida. Eu quero ao meu lado as pessoas que exalem a exentricidade, gente louca, pessoal estranho que eu possa me aprofundar, crescer e rir numa boa. Eu quero agora, ou nunca mais. Now or never. Oito ou oitenta. Eu quero o brasil repovoado por indivíduos de bem e paz, de caráter e personalidade, que se preocupem com cultura e não em se enriquecer, de tal maneira. Eu quero um homem de terno, nós em sua gravata pela manhã (desfeitos, feitos ou refeitos) e um beijo na bochecha como quem diz "tenha um bom dia".  Eu quero que o meu anjo, minha mãe, continue me guiando e mesmo atrapalhada, não me abandone nunca, nunca, nunquinha.
Eu quero demonstrar interesse sincero, quando possível e não desse meu jeito intenso e reacionário. Eu quero tudo por completo; nada de restos, ou pedacinhos, migalhas. Eu quero a fé. Eu quero um pequeno apartamento, e viajar pelo mundo! Eu quero a sensibilidade dos corações partidos, e transpor tudo isso pro papel. Eu quero ohana, quero família, famiglia. Quero nunca mais abandonar, nem esquecer. Eu quero livros, seus sebos, mofos, traças e complexidades. Eu quero o charme, o encanto e a sedução; tudo isso é essencial. Eu quero declarações inesperadas, totalmente irrompidas de preceitos e vergonhas, na cara e na coragem. Eu quero observar, e não falar nada. Porque não é preciso. Eu quero a simplicidade (pra que muito?). Eu quero a auto-suficiência em amizades, cansada de pisar no pão que o diabo amassou em prol de gente egoísta e parasitas. Eu quero acordar meio Wally - hoje, certamente será impossível me encontrar. Eu quero que as minhas atitudes independam da de qualquer pessoa, para que tudo que faça, sinta e veja sejam verdadeiramente eu. Eu quero que não te preocupes, porque embora o mundo esteja assim às avessas e sucumbido de modernidade, tudo ainda é natural. .
Dizia o próprio, se for pra gente se encontrar, a gente se encontra. Aqui ou na "China"


A jornada de mil quilômetros começa com o primeiro passo....



Às vezes eu me canso do mundo, me canso das pessoas, canso até de mim mesma.